IACM: Mais uma vez muitas barreiras foram vencidas

30/07/2014

Fotos e reportagens sobre o atletismo nos Jogos Escolares do Paraná na cidade de Foz do Iguaçu

Após quatro dias de muita emoção dentro e fora das pistas, encerraram na manhã de terça-feira (29.07) as disputas nas provas de atletismo da fase final dos 61º Jogos Escolares do Paraná (JEPs), categoria A (15 a 17 anos). Instituições de ensino estaduais e particulares de todas as regiões estiveram presentes em Foz do Iguaçu em busca dos primeiros lugares no pódio, ou simplesmente de novas experiências com a participação entre os melhores do atletismo escolar paranaense.

De pequenas localidades e mais pobres às cidades maiores e com mais condições, os municípios foram representados com muita garra e dedicação pelos seus jovens estudantes, que trazem consigo suas experiências culturais, sociais e histórias de vida, para serem compartilhadas com os outros colegas. Entre as dificuldades de uns e as alegrias de outros a harmonia entre todos faz com que as diferenças diminuam ao menos nos momentos de confraternização do esporte.

Rafael Rosolem é professor na Escola Estadual de Cavaco, localizada na pequena cidade de Cantagalo, que tem pouco mais de 13 mil habitantes. De acordo com o professor a escola tem 180 alunos e destes 80 treinam atletismo e 15 competiram na fase final dos JEPs em Foz do Iguaçu, outros oito alunos participaram na final B (12 a 14 anos), que aconteceu em Cianorte. Para chegar à fase final os cantagalenses enfrentam uma verdadeira prova de amor e dedicação ao esporte.

"Cantagalo está entre as cinco cidades mais pobres do estado e nós ainda estamos em um assentamento onde as crianças têm poucas condições financeiras, por lá não temos um local adequado para treinar, mas isso não é empecilho para nós, com muita vontade improvisamos na terra mesmo”, relata Rafael. “Sabemos que a prática do esporte é um incentivo a mais para a criança permanecer na escola e estar afastado de coisas erradas como drogas e bebidas, que são problemas muito comuns para nós por lá”.

O fato de competir com outros colégios considerados polos na formação e revelação de atletas parece não diminuir a vontade de participar e nem inibir os jovens cantagalenses. “Para nós só o fato de estar aqui em uma final com os melhores do Paraná e saber que é possível fazer uma final entre os oito ou dez melhores do estado já é uma grande vitória. Fora isso temos a oportunidade de competir ao lado de atletas considerados de nível internacional. Podemos aprender muito com eles e trocar experiências”, destaca Rosolem. “Além disso, tem a possibilidade para eles conhecerem outras cidades do Paraná, como é o caso de Foz do Iguaçu, onde está uma das sete maravilhas da humanidade”, finaliza, acrescentando que em seis anos que trabalha na Escola Estadual de Cavaco nunca conquistaram uma medalha na fase final e que este ano quase chegaram lá ao obter uma quarta colocação.

Equipe do Colégio Estadual de Cavaco, de Cantagalo, determinação para vencer os percalços e competir entre os melhores

Realidade diferente da de Rafael vive o professor mourãoense Paulo César da Costa, popularmente conhecido como Paulinho. Fazem mais de 23 anos que Paulinho atua nos Jogos Escolares como treinador por colégios de Campo Mourão, antes disso, como atleta, competiu por quatro anos representando escola de Londrina. Hoje ele é uma das maiores referências do atletismo escolar paranaense e conhecido como descobridor de talentos.

Acostumado aos bons resultados, pódios e competições internacionais com seus atletas, Paulinho lembra que essa realidade atual não condiz com outros tempos. “A primeira vez que eu fui aos Jogos Escolares como técnico foi em 1991, levei apenas dois atletas”, relembra. “A partir daquele ano comecei ir às escolas e procurar alunos para treinar e competir nos Escolares, e a primeira medalha só veio dois anos depois. A partir disso começamos a construir uma estrutura, uma equipe em Campo Mourão, e hoje podemos dizer que somos uma referência não apenas para o Paraná , mas para o Brasil”, destaca. “Nos últimos oito anos nós temos conseguido sempre classificar dois, três, quatro, atletas de nossas escolas para compor a seleção do Paraná nos escolares nacional”.

Paulinho enaltece a realização dos Jogos Escolares do Paraná. Para ele, os JEPs são a porta de entrada para futuros talentos. Além disso, o professor mourãoense valoriza a participação de todos e destaca a possibilidade de intercâmbio e troca de experiências com escolas que vivem outras realidades. “A gente precisa dar parabéns para esses professores que desenvolvem trabalhos com o atletismo em escolas muitas vezes com poucas condições. São verdadeiros heróis e merecem todos os aplausos. Mesmo sem muitas vezes ter colocações importantes, eles estão sempre aqui representando suas escolas e são eles que fazem a história dos JEPs e fazem com que este evento seja essa grandiosidade que é hoje, um evento organizado e de bom nível técnico”, finaliza.

Os colégios de Campo Mourão são atualmente referências para o atletismo paranaense e nacional, mas a história já foi diferente

No atletismo o primeiro colocado de cada prova garante vaga no selecionado paranaense que disputará os Jogos Escolares da Juventude nacional, que este ano acontece em novembro na capital paraibana, João Pessoa. Confira abaixo a relação dos três melhores colocados em cada prova:

Classificação final por equipe

Masculino

1º Colégio Estadual Campo Mourão – Campo Mourão

2º Colégio Sesi – Londrina

3º Colégio Estadual Dr. Duílio Beltrão – Tamboara

Feminino

1º Colégio Estadual do Paraná – Curitiba

2º Colégio Estadual Rio Branco – Curitiba

3º Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone - Cascavel

Os Jogos Escolares do Paraná são organizados pelo Governo do Estado através da Secretaria da Educação, com realização da Secretaria do Estado do Esporte e Turismo e Prefeitura de Foz do Iguaçu, com apoio dos Núcleos Regionais de Educação e Escritórios Regionais do Esporte.