O saltador foi ao pódio na disputa indoor de Birmingham em 3/3/2018 e, desde então, evoluiu de um jeito impressionante para quem ainda nem tem memória e experiência na prova
Bragança Paulista - Almir Cunha dos Santos, o Almir Junior, tem uma trajetória curta no salto triplo, nem tinha memória da prova em 2018 quando conquistou no dia 3 de março a medalha de prata no Campeonato Mundial de Atletismo Indoor da IAAF, na Barclaycard Arena, em Birmingham, na Grã-Bretanha.Com pouco mais de um ano de salto triplo - antes fazia o salto em altura - Almir chegou ao melhor resultado da carreira, com 17,41 m (o norte-americano Will Claye ganhou o ouro, com 17,43 m, e o português Nelson Évora ficou com o bronze, com 17,40 m).
O mato-grossense Almir não para de evoluir. Sua melhor marca ao ar livre é 17,53 m, obtida em maio de 2018, em Guadalupe, um território francês no Caribe. Com isso, fechou a temporada em terceiro lugar no Ranking Mundial da IAAF e com o grande título de vice-campeão mundial em pista coberta de Birmingham.
Almir, porém, fez a melhor marca indoor da carreira no início desta temporada de 2019, no dia 10/2, no Doug Raymond Invitational Meeting, em Kent, nos Estados Unidos, com 17,46 m. O resultado assegurou qualificação para o Pan-Americano de Lima, em agosto, e para o Mundial de Doha, em setembro e outubro.
O triplista recebe apoio do Programa de Preparação Olímpica do Comitê Olímpico do Brasil (COB), e do Programa Caixa de Campings e Competições, ambos em parceria com a CBAt, para o seu objetivo de conseguir bons resultados no Pan e Mundial.
Almir é peixotense, natural de Peixoto de Azevedo (nasceu na vizinha Matupá, mas apenas porque era lá que estava a maternidade), no Mato Grosso, "lá na divisa com o Pará, lá em cima", explica.
Em 2017, passou a fazer o triplo em substituição ao salto em altura. Almir sempre fez salto em altura, mas às vezes em competições regionais e estaduais competia também nos saltos em distância e triplo. Assim foi nos Jogos Abertos, em São Paulo, competindo por Mogi das Cruzes. Para somar pontos fez as três provas. Ganhou o salto em distância, com 7,75 m, sem treinar, e foi segundo no triplo, com 15,89 m, perdendo por um centímetro para o líder do ranking brasileiro à época, Jean Cassemiro Rosa.
O fato de fazer bem o triplo gerou comentários e conversando com o seu treinador, José Haroldo Loureiro Gomes, o Arataca, veio a decisão de ser um triplista. "Se a gente quer tentar alguma coisa é o momento. Vai começar o novo ciclo olímpico e acho que sua prova é o salto triplo", comenta Almir, sobre o conselho ouvido de Arataca. "Sempre acreditei nele."
Logo depois, saltou 16 metros, sem ainda ter treinado para a prova, numa competição estadual na Sogipa, e achou incrível. Os "divisores de água" foram uma competição em Kent, quando saltou 16,06 m - índice para o Mundial - e depois 16,87 m, no final de 2017, índice olímpico. "Cara, eu fiz o índice olímpico.... se tivesse uma Olimpíada agora eu estaria classificado e eu tinha seis meses de treino. Foi o primeiro estalo."
Saltou 16,92 m, 17,06 m, e o que mudou sua vida, como diz, 17,35 m em Madri (ESP). Passou de um completo desconhecido para um atleta que poderia ter resultados expressivos - tinha acabado de bater os portugueses Nelson Évora, campeão olímpico em Pequim 2008, e Pedro Pablo Pichardo, que tem 18,08 m. "Os dois caras que eu mais acompanha. Eu vi o Nelson saltar 17,30 m e na sequência eu saltei 17,35 m... foi uma coisa muito legal."
A Caixa é a patrocinadora oficial do atletismo brasileiro.
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